sábado, 25 de fevereiro de 2012

O GRITO

Por vezes a palavra nos confunde
e o silêncio nos mostra o caminho.
E o rio segue aos nossos olhos levando tudo,
segue calmo ou turbulento e somos folhas e peixes.
As margens distantes e perto são obstáculos e fugas.
E quando a voz do medo nos cala, o silêncio fala,
grita, se espalha e nos arrasta, nos empurra,
puxa e nos arremessa, somos bolhas de ar soltas
sem direção até o encontro fatal a ponta do galho,
ai explodimos e perdemos o vazio.
Ascendemos a palavra, a esperança, o medo, o silêncio
e descobrimos que a palavra quebra o silêncio
pelo medo de se perder a esperança.
Háaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!



O grito, para Wânia Patrícia. 25/02/2012





domingo, 24 de julho de 2011

Distância

O gelo que sustenta esta ponte entre
nós precisa ser quebrado
por isso quero que ouça o
meu silencio, por que não sei o que lhe dizer agora.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

TIA LICA

Na minha história, memórias de Tia Lica.
Nas primeira lembranças
Um tacho de cobre na fazenda
uma colher de pau, requeijão quente
no inverno seco do mês de julho
o páiou, a fermentação da cachaça
os primos, minha Tia Lica
na cozinha na lida do cozido no fogão de lenha.
Outras lembranças me invadem
e claream a festa em Serra Branca
Tia Lica lá, chegamos cêdo de dia
na beira do rio descemos
fogueira forró a primaiada
os jogos as brincadeira, e a adolescencia
Nas idas e vindas Hospede-me em Casa de Tia,
por necessidade de trabalho.
Riamos muito, ativa e alegre minha anfitriã
querida abria seu coração para falar de família,
de vivencia, de amor, de construção de saudades
de histórias de Porteirinha de seus irmãos,
de minha mãe. Tia Lica só fazia me agradar
preocupoava em me esperar com meu prato preferido.
minha Tia Lica é um tesouro guardado
em mim, no meu sangue, é uma raíz
nas minhas estrururas, Um Anjo.
A missa no domingo, a fé, Tia Lica querida.
A Tia Lica minha eterna gratidão.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

RESUMIDO

Arrastei correntes até o altar
Beijei a imagem do santo
Cultuei minha terra e meus ídolos
Colhi semntes frutiferas inférteis,
Despetalei flores perfumadas
Cultivei a formosura do serrado
para ver desebrochar a esperança.
Bebi na fonte dos sonhos, dos desejos.
Caminhei solitário, caminhei só.
Banhei-me na chuva das emoções.
Hoje, hoje poesia.

domingo, 10 de julho de 2011

FECUNDAÇÃO

Depois do gol.
Depois da chuva.
Escorregou.
Após o primeiro beijo...
Depois de matar o desejo...
Se entregou.
Após o silêncio.
Os olhares.
O amor...
Depois do gol.
Eu mudei.
você mudou.
Depois...
O sonho.
Depois, amanhã.
O futuro.
O dia seguinte...

sábado, 2 de julho de 2011

A TERCEIRA MARGEM

Eu rio
Eu choro
Eu Sinto
Caminho
Ando e deito
Amamento peixe
Pesco, caço, como.
Eu rio
Eu choro
Eu suo
Eu molho
lacrimejo e berro
Eu mijo
Defeco bagaço
bebo cana
vou em cana
fico sem asas
mas voo.
Em pensamento.
No meu tempo.
nos baús e nos céus.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

O VAZIO DAS CORES

Beber o vento e caminhar nas nuvens
andando pela areia branca ,no sal da praia
longa, com pernas abertas deitei no mar azul
de àguas vivas, sem gosto de paixão.
Pisei deixando marcas no coração do mundo.
Rasguei as petalas de flores que desenhei
ao amanhecer e ao anoitecer de um dia sem fim.
Não via a lua branca do sol quente.
Nem ouvi a música da sereia amante do boto.
Não beijei a moça da janela na passagem da banda.
Correram por sima de mim passaros, sem asas.
E as cores nas minhas mãos borraram a aquarela
com letras perdidas de palavras sem emoção.