sexta-feira, 24 de junho de 2011

O VAZIO DAS CORES

Beber o vento e caminhar nas nuvens
andando pela areia branca ,no sal da praia
longa, com pernas abertas deitei no mar azul
de àguas vivas, sem gosto de paixão.
Pisei deixando marcas no coração do mundo.
Rasguei as petalas de flores que desenhei
ao amanhecer e ao anoitecer de um dia sem fim.
Não via a lua branca do sol quente.
Nem ouvi a música da sereia amante do boto.
Não beijei a moça da janela na passagem da banda.
Correram por sima de mim passaros, sem asas.
E as cores nas minhas mãos borraram a aquarela
com letras perdidas de palavras sem emoção.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Amar errado; é paixão.
A educação é assim, uma paixão.
A paixão, naquele quarto escuro!
Buscamos uma janela para bater asas.
Amar assim é pecado e educar parece errado.
E é errado educar para esta vida?
Ver a liberdade como sinônimo de violência.
Ver as diversas formas de amar deixando de valer apena.
O amor é realmente cego.
talvez por isso andamos hoje tão sem direção.
Mas há uma luz: o amanhã.
O novo, a surpresa, o impactante.
O desafio do novo faz tremer o mundo.
sacode os anjos e agita os demônios.
Continuamos amando, cegamente seguindo
cantando ou tentando cantar junto uma canção; a da paz.
Educar era repassar conhecimentos, quando se tinha pouco,
Hoje educar é uma covadia que fazemos com as futuras gerações.
Estamos na mesma nave mas a nave que voa em direção ao caos.
Turbulência? maremoto? ciclone? tsunami?
A educação em vendaval é material reciclável.
Como ainda não aprendemos a reciclar, nos vestimos de ilusões.
E lustramos o mesmo sapato velho do chavão.
"caminha é preciso".
Pra onde?

Fabio Francisco Batista.
Professor de História

segunda-feira, 13 de junho de 2011

HOMOFOBIA

Vamos casar agora.
O disco com a vitrola.
O santo com o milagre.
O professor com a escola.
O leite com a graviola.
O pedinte com a esmola.
O Lula com o PT.
O carro com o piloto.
A pinga com o limão.
O café com o biscoito.
O cantador com a viola.
O feijão com o Arroz.
A abóbora com o quiabo.
Silvio santos com a TV.
A formiga com açucar.
A careca com a peruca.
O dedo com o anel.
A namorada com a namorada.
O namorado com o namorado.
O amor com o pecado.
O relogio com o atrasado.
O chá com a chaleira.
E as frutas com as fruteiras.

sábado, 11 de junho de 2011

Cemitério

A morte.
Moribunda.
Ultima benção.
Extrema unção.
A urna, o caixão.
O defunto, a mortalha.
O Velório, a exposição.
A caminho, o cortejo.
O enterro, o choro, a adoração.
As lembranças, saudades e lamentos.
Os gritos e gemidos, as rezas.
As orações e as cantigas religiosas.
Discursos, piadas e conceitos.
Os rótulos e as avaliações.
O bem e o mal.
O feio e o belo.
A mão de Deus.
As Flores.
O punhado de terra.
O buraco.
Os amores.
A dor, A lagrima.
O céu e o inferno.
Os que ficam, os que vão.
O medo, o além.
A terra e o chão.




segunda-feira, 6 de junho de 2011

Coração de Jesus

Cheguei onde havera de chegar no Brejinho,
depois, de por diversa cidades norte mineiras trabalhar.
Cheguei assim meio sem saber o que
era aquele lugar como eram as pessoas
e o que produziam por lá.
Fui entrando me aproximando e me
identificando cada vez mais percebendo
que ali também era meu lugar.
Encontrei lá um pouco do meu passado,
do passado de pessoas que me fizeram.
As mulheres fortes, as crianças lindas
o gerais, a poeira fina da memória sertaneja.
um pedaço de mim se encontrou ali,
com pedaços de outras pessoas minhas
norte mineiras, sertamjas, geraiseras.
Segui em frente, fui para Lapinha
ali o sertanejo se revela forte e real
na areia fina e vermelha que abriga
pequizeiros e poetas como Elismar e Valter Ruas,
cantadores, músicos regionais das folias de reis,
nas tradicionais foqueiras de inverno.
Gente de sofrida vida se apresentava a mim
como triste e rico retrato do meu sertão.
Coração de Jesus é um doce beijo na minha
face, um aconchego, um cobertor, um afago.
Mulheres guerreiras em seus cavalos de ferro.
Aleci Natália, Eldane Andrade, Bizizi Aparecida,
Lenice, Duzinha, Afra, Nilma e Zélia. Todas
simbolo de perseverança, como as de Eporas e Alvação
Fatima, Rosana e Solange, Rosimere e Cassilda.
Forasteiro como eu Tarcisio Beraldo compartilhou diversas
vezes memórias de Coração de Jesus, terra de
Flávio Lima, Camilão, Jucão, Jelson e Dionísio,
Aroldo Pereira, Luis Pires e de meu colega Fausto.
O sertão em Coração de Jesus me vem nos poemas
do meu amigo Elismar, no provincianismo de Oneide e Celson,
na beleza das moças da região, na vaquejada
que reune a parentaia em festa, no parque, na Igreja
do Sagrado Coração de jesus nas praças e nas ruas
historicas onde caminhei pensado e descobri:
Também Amo Coração de Jesus.
Amo porque conheci a sua gente.

2011 Parabéns Coração ,de jesus 99 anos de história.
Fabio Francisco Batista